Surpreendentemente, em pleno 2022, apenas 14% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no Brasil. Contudo, elas representam mais de 50% e totalizam 109 milhões da população do país.  Atualmente, 80% delas são responsáveis pelas decisões de compra das famílias e mais de 30 milhões são empreendedoras brasileiras.

Com isto em mente, gostaria de compartilhar com você a importância das mulheres na tecnologia liderando inovações na captação de investimento para as startups.

Diversidade nos negócios e igualdade de gênero

Para começar, não podemos ignorar a barreira com a qual a mulher se depara no mercado de trabalho no geral. Sem dúvidas, existe um grande muro que, muitas vezes, pode conter seu potencial empreendedor em qualquer área de negócios.

Por isso, é necessário compreender que a diversidade nos negócios não é baseada em uma ação e sim em uma jornada. Ou seja, uma empresa que não se preocupa com a diversidade hoje em dia está se perdendo totalmente no rumo da história.

Afinal, na mesma proporção que o “muro” citado anteriormente bloqueia o desenvolvimento corporativo das mulheres, ele também arrisca o crescimento da companhia em questão. Os gestores só têm a perder ao negar confiar em mulheres competentes no comando ou aceitar suas ideias e sugestões de grande impacto nas decisões.

Como a presença de mulheres impacta o segmento de startups?

O empreendedorismo em startups representa a capacidade para criar modelos de negócios inovadores, repetíveis e escaláveis mesmo em ambientes de grande incerteza. Este segmento é primordialmente guiado pela inovação e tecnologia justamente pelas diferentes soluções para problemas reais de mercado que estes fatores propiciam.

Nada em termos de competência e prática impede que mulheres sejam líderes de empresas de base tecnológica ou inovadora. Entretanto, de acordo com a Associação Brasileira de Startups, em 2021 apenas 16,9% dos fundadores de startups eram mulheres.

Ainda assim, os números não são tão positivos quando olhamos para a formação das equipes dessas empresas: apenas 20,8% das startups têm uma quantidade de mulheres mais expressiva. Isto é, o setor precisa de muito incentivo para melhorar a igualdade de gênero.

Como as mulheres têm contribuído para o setor?

Em resumo, a diversidade é a base para o avanço e uma pesquisa feita em 2020 pela consultoria norte-americana Boston Consulting Group comprova isso. Segundo os resultados, startups fundadas por mulheres geram 2,5 vezes mais receita por dólar levantado junto a investidores do que aquelas fundadas por homens.

Além disso, a First Round Capital, empresa de capital de risco especializada em fornecer financiamento em estágio inicial para empresas de tecnologia, revelou algo parecido. Empresas fundadas estritamente por mulheres registraram desempenho 63% melhor do que aquelas com equipes fundadoras masculinas.

Em outras palavras, lugar de mulher é, definitivamente, onde ela quiser! Incluindo startups, inovação e tecnologia. Esse espaço está disponível para que empreendedoras o ocupem, trazendo com elas habilidades femininas tidas como soft skills essenciais para o desenvolvimento do mercado.

Prova disso é que, pela primeira vez, um terço dos aportes feitos na América Latina foi destinado a startups que contam com mulheres no conselho. O volume investido nessas empresas saltou de 16% em 2019 para 31% em 2022. É o que aponta o estudo LAVCA VC & Tech Mid-Year Trends na América Latina, feito pela Associação Latino-Americana de Private Equity & Venture Capital (LAVCA) em parceria com a Microsoft e a Bertha Capital.

Dessa forma, a GAAP acts as the main technical reference and supplier of strategic support for innovation hubs and some of the main initiatives aimed at the development and acceleration of startups from the most varied segments in the country.

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Henrique Macedo é sócio/diretor da GAAP Auditores & Consultores, empresa especializada em terceirização de serviços contábeis e parceira do Founder Institute São Paulo como mentor de nosso programa de capacitação de startups.